Pela Amizade e Pelo Vinho
Eu cacei seus olhos
Alcancei seu sorriso
Ri junto a você
E bebericando um café forte
Te contei umas histórias
Guardadas em fundo de baú
Você leu com um franzido na testa
Não de reprovação
Mas diria de compreensão
(E se eu nem te conhecesse...)
Ainda assim confessei poemas
Um coração descompassado
Uma vida maluca
Enrustida numa moça discreta
Te enviei todas as cartas
Transformadas em monólogos
Que eu feliz desenrolava
Quis saber indiscreta das suas histórias
As histórias com tempo marcado
Repletos de datas
Suas tempestades e verões
Sempre cheia de imagens e suposições
Muita coisa em você me encantava
E gostei de você tomada de uma amizade estranha
Sincera irredutível
Misturada no sabor de tantas canções
Quisera ser a amiga poeta
Mas nada mais sou que uma moça meio pateta
Que te envolve e revolve palavras
E que de fato tem dificuldade em se desvencilhar
Daqueles que passam por mim
Portanto não te esquecerei
Ao contrário guardarei na memória
Um março passado dedicado delicado
Naufragado em algum porto do passado
Eu tomava vinho tinto pela dor que sentia
E parei de beber pelas coisas que falava
Ressaca não me caia bem
E eu me viciava na dormência de minha alma
Se já não sofria olhando o fundo do copo
Sofria ao abrir olhos e não me ver
Os vícios assim como paixões
Nos levam de nós mesmos
Sem que possamos perceber...
Nem por suas “não respostas”
Ficarei triste a ponto de me entorpecer
Antes eu sorrirei
Te darei todas as frases que brotam em mim
Receba-as, receba-as assim...
Um beijo desejo te vejo em mim...
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