9.5.11



Flores e Espinhos

Lá de cima eu a via
E mal sabia
Como um deus pagão
Entoava poemas que fiz pra elas
Filhas, mães, amigas, amadas
Falando do quão estranho eu me sentia
Surpreendente seria sentir por ela

Não era pra ser assim
Meu instantâneo modo de cativar pessoas
Confundia e semeava
Não que eu queira, eu nunca quero
Viver não é ter obrigação de encantar
Tolice seria tecer estas teias
Mas teço mesmo não querendo
E nela se gruda quem quer
São teias delicadas, frágeis, translúcidas

Sou um lord gentil e educado
Sou assim, embora pareça indomável
Excêntrico ¿Não, um moço, quase criança.
Percorro estradas
Na minha retina passa veloz: ela, ele, o mar, a montanha
Cidade Maravilhosa
Aeroporto que hospeda meu corpo cansado
Tecnologia que conecta meu coração
E ai,um dia a bateria acaba e vem junto o cansaço das palavras

Largo de mão
Quero minha vida real
Meu bife com salada
Minha volta pelo quarteirão
Meus amigos dando risadas
Meu batido violão
Minha casa de muro azul
Duas vidas paralelas...
Tem dia que sou normal
Não me considere amigo
Mas não me queira mal

3 comentários:

Giovana Pausa Dramática disse...

Adorei tudo, mas meu verso preferido foi: 'Viver não é ter obrigação de encantar'

Felipe Celline disse...

De acordo com a Ventania...

Adoro coisas que falam sobre saudades de casa - ou de si mesmo!

Anônimo disse...

Hunhun.As teias do encanto que nos prendem.E a vida real que nos chama finalmente um dia.Beijo beijo.