Existencialismos, Perguntas Que Não Querem Calar e Caio Fernando Abreu

I.

Há Dias

Em que as palavras são incertas e por vezes inoportunas. Em que ficamos prisioneiros de nós mesmos. Que não conseguimos expressar aquilo que sentimos.

Há dias que não sabemos a distinção do certo e do errado.

Há dias de inúmeras questões, questões que existirão sempre sem qualquer resposta.

Há dias que tudo o que nos parecia banal torna-se em algo demasiado complexo.

Há dias.....Bem, há dias assim.

II.

Eu odeio magoar as pessoas de propósit o e me sinto mal quando faço isso sem querer

III.

Você é tão egoísta.- Porque diz isso?- São as suas atitudes.- Quais atitudes?- Já conversamos tantas vezes sobre a mesma coisa.- Quando?- Você não consegue ver que o amor é uma comunhão, uma partilha, uma coisa vivida a dois.- E você, quando vai perceber que eu tenho a minha própria maneira de amar...que é diferente da sua?

Fez-se silêncio...tem dias que não consigo ter resposta para tudo...

IV.

E por fim, e mais importante, Caio Fernando Abreu:

"... mulheres que não seriam Ana, mulheres que jamais poderiam ser Ana, que não tinham, nem teriam nada à ver com Ana... Trair Ana, que me abandonara, doía mais que ela ter me abandonado, sem se importar que eu naufragasse toda noite no enorme corredor de transatlântico daquele apartamento em plena tempestade, sem salva vidas."
(Sem Ana Blues - Caio Fernando Abreu)

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